Epilepsia e Gravidez
A gravidez é um momento muito especial na vida da mulher. Período em que sua sensibilidade fica muito aguçada e vulnerável a toda sorte de contratempo. Devemos ficar muito atentos e passar sempre segurança no tratamento preconizado, tirando dúvidas e facilitando seu acesso à consulta. Deve-se tentar sempre o controle das crises, otimizando a terapia e usando a menor dose diária necessária para o controle das crises.Deve-se evitar ao máximo a politerapia.
Nunca se esquecer da suplementação de ácido fólico sempre que a mulher esteja em idade fértil.
A grande preocupação tanto dos médicos quanto dos familiares e das grávidas estão relacionadas aos riscos de má formação congênita em crianças expostas a antiepilépticos. Todos os antiepilépticos podem causar má formação (em média 3,4%). Valproato, 6,3%. Carbamazepina, 2,9%. Fenobarbital 7,4%. Clonazepam 1,8%. Lamotrigina, 3,4%. Levetiracetam 1,7%. Topiramato 4,2%.
Sempre que possível o Valproato deve ser evitado em mulheres com potencial de engravidar. Tratamentos alternativos devem ser discutidos.
Nenhuma DAE provou-se não teratogênica!
Ao mesmo tempo sabe-se que as crises não controladas aumentam risco materno e fetal.
Crises tônico clônica generalizadas induzem hipóxia no feto. Durante o parto produz bradicardia fetal.
Mais de cinco convulsões durante a gravidez está associada a menor QI do Recém nascido.
Epilepsia está associada a 4 a 5% de todas as mortes maternas na gravidez.
Não se deve mudar a medicação antiepiléptica durante a gravidez, pois implicaria em maior risco de alergia e de eventos adversos sérios. Também aumentaria a exposição à politerapia e perda de controle das crises.
Sempre quando possível deve-se controlar o nível sérico (mensal) das DAES e aumentar a dose se piorar as crises.
Nas crises agudas usar benzodiazepínicos.
Fracionar as doses. Valproato usar apresentações de liberação controlada e manter nível sérico menor que 70mcg.
Mortalidade: 80/ 100.000 grávidas com epilepsia e 6/100.000 sem epilepsia.
Parto e puerpério
Hospitais devem estar capacitados com berçário de risco.
Vitamina K para o RN (Kanakion – pediátrico 1 ampola 2mg/dia VO no primeiro e no quarto ao sétimo dia).Deve se estimular amamentação, evitar stress e a privação do sono. Reajustar a dose das DAES e orientar mãe e família.
Conclusão: As maiorias das mulheres com epilepsia devem continuar sua medicação durante a gestação uma vez que crises epilépticas descompensadas também oferecem riscos.
Mais de 90% das mães com epilepsia em uso de DAES terão filhos saudáveis.
